Sunday, December 20, 2009

Neve, metrô e cansaço - Ah, o fim de ano!


Que aventura. Neste momento, 11:04 pm de sábado, 19 de dezembro, eu e Thomas somos reféns do tempo no aeroporto JFK. Já sabíamos que a tempestade de neve que viria por aí não seria fraca, já dizia a metereologia. Mas como eles nem sempre acertam, fomos para o aeroporto ver no que dava. Ligamos antes para a companhia aérea, checamos o site do aeroporto para ver se o mesmo nao estava fechado por causa do mau tempo e, diante da respostas, lá fomos nós.

Fizemos o check-in, demos jantar para o Thomas e nos despedimos (o Grenfel só vai viajar na véspera do Natal). Quando faltavam meros 15 minutos para o embarque, a funcionária da companhia anuncia que o vôo foi cancelado para as 5:30 am por conta do mau tempo. E ela ainda fala assim: "vejam como está tudo lá fora, não temos como decolar assim." Minha querida, o tempo está ruim desse jeito desde 2 da tarde. Precisava esperar a hora do vôo para nos comunicar isso? Entendo que são questões financeiras, mas que dá raiva, dá. Cinco minutos depois ela diz que foi cancelado para as 11:30 am. A essa altura o povo já estava alucinado, querendo subir no balcão e tudo mais. Um pequeno detalhe: o Thomas vai pra cama as 7/7:30 pm e já eram quase 10 pm e ele estava acesíssimo brincando com outras crianças.

Lá fui eu enfrentar a fila (e as atendentes mega mal-humoradas). Na idade em que o Thomas está, viajar com ele por 10 horas num avião de dia é suicídio. Eu preciso viajar de noite. A simpatia me avisou que eu deveria então voltar para o check-in e remarcar a minha passagem. Mas me avisou também que eu não conseguiria pegar as minhas malas hoje. Tudo bem, não vou precisar nem de biquini, nem protetor solar nesta tempestade de neve. Aí que vem o detalhe interessante. Esse mundo dá voltas mesmo. Hoje comprovei. A mulher que havia feito o nosso check-in era bem grosseira. Já foi antipática conosco desde o começo. Falou inglês pela maior parte do tempo, mesmo vendo que o meu passaporte era brasileiro. Agradeci, e fui embora. Até comentei com o Grenfel do ocorrido. Foi engraçado.

Quando sai do portão de embarque e fui tentar remarcar as nossas passagens, a fila era quilométrica. Imagina a quantidade de pessosas querendo fazer a mesma coisa que eu, depois de um aeroporto todo fechado e centenas de vôos cancelados? Loucura. E não e que avisto a tal da mulher atendendo no balcão? Não hesitei. Fui lá sem nem mesmo entrar na fila, chorei as minhas mágoas e pedi ajuda. Ela, prontamente, me ajudou, remarcou nossa passagem, resolveu a questão das nossas bagagens e ainda tentou ligar, sem sucesso, para um taxi para vir nos buscar. Contou que mora nos EUA há muitos anos e que não gosta de atender brasileiros porque eles são sempre grosseiros com ela. Disse que hoje mesmo uma mulher havia gritado com ela e que passageiros de outras nacionalidades não são assim. Foi impressionante o tanto que ela me ajudou.

Fui então tentar pegar o trem para pegar o metrô. Imaginem só o Thomas ainda completamente aceso dando gritinhos e distribuindo tchauzinhos para quem desse bola.

Estávamos nós no trenzinho do aeroprto quando ele resolve quebrar por causa da quantidade de neve e nos ficamos presos numa estação no meio do nada. Eu, Thomas e mais uma multidão gigantesca de viajantes sem teto. Sentei, dei mamá pro Thomas num cantinho e ele acabou dormindo. Ufa! O trem voltou a funcionar e nesse exato momento estou dentro do metrô indo encontrar com o Grenfel, que está no trabalho, para irmos para casa. Thomas dorme todo encapotado no carrinho e eu digito essa pequena historinha no meu iPhone tentando aliviar o cansaço e me distrair um pouco dessa longa viagem de metrô.

Já vão dar meia noite e eu sei que nem tão cedo chegarei em casa. Não me lembro da última vez que fiquei acordada até tão tarde. Bem que eu podia estar num restaurante chique tomando uma taça de vinho. Mas acho que hoje vou ter que me contentar em ver o bêbado que está sentado ali na frente com cheiro de álcool.

PS1: Chegamos em casa as 1 am, bem mais cedo do que eu imaginei.
Ps2: Pegar um taxi depois de sair do metrô foi outra aventura.
O caminho para casa também. Vários carros agarrados na neve, carros patinando no asfalto como se o chão fosse casca de banana.
PS3: A foto é da nossa janela hoje de manhã.
PS4: Brasil, espere por nós!

1 comment:

Adriana/Blush27 said...

Nossa! Que aventura! A neve é linda, mas para ficar dentro de casa olhando pela janela!

Bjo!